
Quando comecei a falar abertamente sobre minha desconstrução, tive a sorte de não ter muita gente no meu pé. Vocês sabem, eu me afastei de todo mundo para me entender, e só depois comecei a contar minha jornada.
Tenho certeza que, se eu não tivesse feito isso, muita gente teria me enchido o saco. Com a melhor das intenções, claro. É o que acontece com quase todo mundo que muda suas crenças.
Amigos, parentes e colegas de igreja vêm nos procurar. De vez em quando, brota do nada gente que nem faz mais parte da nossa vida para perguntar as mesmas coisas que os demais. “Como você está? Aconteceu alguma coisa? Quero te entender.”
Eu acreditei nisso algumas vezes. Aceitei me explicar. E não foi nada bem. Por mais paciente e amável que eu tenha sido, um dos caras que estava tão interessado em me ajudar terminou a conversa me xingando. Outro foi mais civilizado, o que me deu tempo para explicar até questões científicas que me trouxeram aonde estou, mas foi como se eu tivesse dado uma opinião maluca. “Você está enganado, Mitch”, ele disse na maior naturalidade.
A gente acaba percebendo que essas pessoas não querem entender nossa jornada de verdade. Elas querem procurar falhas nas nossas crenças e tentar corrigi-las.
Se você não conseguir se justificar, essa galera vai fazer você sentir uma culpa e vergonha que já tinha esquecido. O medo de se perder ou até do inferno, mesmo que você nem acredite mais nessas coisas. Por outro lado, quanto mais informação você apresentar legitimando sua experiência, mais essas pessoas se sentirão atacadas. A fragilidade da fé delas vem à tona, e elas acabam sentindo raiva de você.
Ninguém quer ter que se explicar para os outros. E geralmente isso acaba sendo inútil. Em meio a nossa desconstrução, não pedimos que nenhum tipo de religioso ou ateu explique as razões da suas crenças. Apenas buscamos respeitá-los. Você também não precisa se explicar para ninguém.
Sempre claro e que te faz refletir .. vlw mano
Obrigado a você, pela companhia! S2